sábado, abril 14, 2007

 

Polícias e Ladrões

Este é grande mas vale bem a pena ler. Não é baseado em factos verídicos. Infelizmente é mesmo verídico...

Foi em Fevereiro de 2005 que ocorreu mais um insólito episódio daqueles a que embora não frequentes, já nos vamos habituando.
Na altura e nesta zona do Alentejo, um GNR atingiu mortalmente com um disparo um jovem de 24 anos.

A história começou assim: a vítima que conduzia um ligeiro de mercadorias foi interceptada por uma patrulha da GNR na zona de Santarém mas não parou pois não tinha carta. Após condução em contramão na A13, abalroamento de algumas viaturas das autoridades e uma perseguição de 90 km's até à zona de Montemor-o-Novo eis que o carro se despistou. No entanto, a perseguição continuou desta vez a pé, ou melhor dizendo a correr.

Mesmo com os disparos de "intimidação" dos homens da GNR, o fugitivo continuou até que finalmente foi detido. Foi então levado para o sub-destacamento da GNR de Vendas Novas onde disse estar a ficar indisposto.

O que tinha acontecido era que um daqueles disparos o tinha atingido sem que os militares da GNR alegadamente se tivessem apercebido. Foi de imediato transportado para o Centro de Saúde de Vendas Novas onde chegou já sem vida.

O caso foi a julgamento e passados 2 anos o Tribunal de Montemor-o-Novo proferiu a sentença: pena suspensa de 1 ano de prisão para o GNR responsável pelo disparo.

Estava indeciso mas vou continuar pois esta história tem requintes de malvadez. Ora vejam.

Para justificar a suspensão da pena, o Tribunal baseou-se na tensão nervosa do GNR que inesperadamente participou na operação, o facto de nunca ter disparado a sua arma e de não possuir sequer treino de disparo (!). Pesou ainda o facto de a vítima estar a correr aliado ao facto do desnível do terreno e da inadaptação à arma. Só por curiosidade a arma era de 1911...

O Tribunal considerou também que o uso da arma foi legítimo desde que apenas para intimidação mas que acabou por inadvertidamente ferir o fugitivo na sequência da conjugação de todos aqueles factores. A Juiz que leu a sentença considerou ainda outras atenuantes como a participação do GNR em vários cenários internacionais como Timor-Leste ou Iraque e o seu comportamento profissional e exemplar.

O pedido de indemnização feito pela mãe da vítima foi parcialmente procedente tendo-lhe sido atribuída uma verba de 15 mil euros. Entretanto, o seu advogado ainda não decidiu se vai recorrer pois, apesar de não concordar com a sentença, reconhece ser difícil provar qual intenção do disparo.

Colocando em causa que a perseguição policial se justificasse apenas pelo facto de o jovem não ter carta de condução, Adriano Barbosa de seu nome, lamentou ainda que a GNR recohneça que não dá o respectivo treino aos seus militares no uso de armas de fogo.

Assim como quase toda a informação deste artigo, tirei um excerto de um jornal local onde o advogado disse: "Se só fazem treino uma vez por ano e se não sabem disparar as armas, então têm armas ou mandam tiros para o ar para quê? Se não sabem utilizar as armas ou é a primeira vez então que não as usem."

Desta vez não faço comentários e deixo-os para vocês.


Comments:
...conduzia um ligeiro de mercadorias...
...foi interceptado por uma patrulha da GNR mas não parou...
...não tinha carta...
... Após condução em contramão na A13...
...abalroamento de algumas viaturas...
...uma perseguição de 90 km's...
...eis que o carro se despistou...
...a perseguição continuou desta vez a pé...

É caso para dizer que concordo que se a GNR não sabe disparar, então que não dispare. Porque se soubesse tinha-lhe dado logo um tiro antes de colocar a vida de outras pessoas em perigo.
 
Ah, Rashid.
 
Perseguição desnecessariamente longa. Muito combustível gasto.. despesa. Além disso, as roupas dos GNR devem ter ficado danificadas nas silvas.. mais despesa em agulhas, linhas, tecido, betadine, algodão. Danos noutras viaturas.. mais despesa. Tempo em tribunal.. despesa...
Não era logo melhor reduzir a história a:
foi interceptado por uma patrulha da GNR mas não parou, não tinha carta, não parou, fugiu em contramão na A13, não parou, abalroou algumas viaturas, não parou. Chocou acidentalmente contra uma bala.. parou. Paz à sua alma.

Sadicamente,
Rafi
 
Onde estão os atiradores furtivos quando se precisam deles?

Se o Adriano fez aquilo tudo deliberadamente, pondo em risco a vida de outros, porque é que a mãe teve uma indemnização de 15.000 eur?

São algumas das perguntas que eu faço só para dizer que penso. Mas não penso. Eu só toco música.

Oh David, deixaste um tripé no meu estúdio? Está lá um, não sei de quem é.
 
Enviar um comentário

<< Home

This page is powered by Blogger. Isn't yours?