quinta-feira, junho 23, 2005
Ainda o "arrastão"...
O Bloco de Esquerda não pára de me surpreender. Pela positiva e pela negativa.
Nuno Melo (líder parlamentar do CDS/PP) resolveu intervir na Assembleia da República para, a propósito do tristemente célebre "arrastão" de Carcavelos, fazer algo de brilhante e visionário: condená-lo, chamar a atenção para a crescente criminalidade e para a falta de condições e autonomia da polícia para intervir.
Mesmo assim não foi consensual: Ana Drago (deputada do Bloco de Esquerda) resolveu acusar o homem de racista...
Pergunto eu: se fossem brancos já não havia problema, era? Já era crime e já se podia falar à vontade no assunto?
Chega de complexos ex-colonialistas e de hipocrisias de esquerdas defensoras dos direitos das minorias!
Quem é que defende os direitos das maiorias? Quem é que defende as pessoas que aproveitaram o feriado para ir à praia com os filhos?
Se um branco faz asneira vai dentro, se um preto levanta cabelo é logo um desadaptado da sociedade, fruto do mau ambiente em que vive, não tem as mesmas oportunidades...
Pronto, já desabafei!
Nuno Melo (líder parlamentar do CDS/PP) resolveu intervir na Assembleia da República para, a propósito do tristemente célebre "arrastão" de Carcavelos, fazer algo de brilhante e visionário: condená-lo, chamar a atenção para a crescente criminalidade e para a falta de condições e autonomia da polícia para intervir.
Mesmo assim não foi consensual: Ana Drago (deputada do Bloco de Esquerda) resolveu acusar o homem de racista...
Pergunto eu: se fossem brancos já não havia problema, era? Já era crime e já se podia falar à vontade no assunto?
Chega de complexos ex-colonialistas e de hipocrisias de esquerdas defensoras dos direitos das minorias!
Quem é que defende os direitos das maiorias? Quem é que defende as pessoas que aproveitaram o feriado para ir à praia com os filhos?
Se um branco faz asneira vai dentro, se um preto levanta cabelo é logo um desadaptado da sociedade, fruto do mau ambiente em que vive, não tem as mesmas oportunidades...
Pronto, já desabafei!
Ideias geniais!
O nosso Presidente resolveu, a propósito da crise financeira e em mais uma das suas intervenções, chamar a atenção para o facto de a banca poder ser um dos principais impulsionadores da economia nacional.
Até exemplificou como. Mostrou-se algo desiludido (para não dizer mais) sobre como os bancos facilitam o crédito ao consumo e sobre como dificultam o crédito ao investimento para empresas.
Assim à primeira vista (e não trabalhasse eu num Banco) o crédito pessoal é tão rentável quanto seguro pois tem associado um seguro de vida e pode incluir também outro tipo de garantias que o crédito ao investimento não tem. Chamado também de crédito de risco os bancos quase que "fogem" de o conceder. Normalmente são pedidos por empresas em início de actividade e aplicados em projectos inovadores de rentabilidade e sucesso nem sempre garantidos.
É certo que são mais empresas e melhores empresas que ajudarão o país a sair da crise mas porque razão é que terá que ser o banco a suportar esse risco de investimento? Por razões patrióticas? Quando, por exemplo, a Galp baixar o gasóleo e a EDP baixar a electricidade para as empresas talvez acredite que a Caixa Geral de Depósitos (estatal, certo?) facilite o crédito ao investimento.
Convém não esquecer que os bancos nacionais são em larga maioria privados. Criados para gerar riqueza e não para ajudar o país, contribuem já de si com um grande número de postos de trabalho e têm inclusivé fundos de pensões próprios para os seu empregados apesar de estes contribuirem (também!) para a Segurança Social. Só para dar dois exemplos.
Pronto, já desabafei!
Até exemplificou como. Mostrou-se algo desiludido (para não dizer mais) sobre como os bancos facilitam o crédito ao consumo e sobre como dificultam o crédito ao investimento para empresas.
Assim à primeira vista (e não trabalhasse eu num Banco) o crédito pessoal é tão rentável quanto seguro pois tem associado um seguro de vida e pode incluir também outro tipo de garantias que o crédito ao investimento não tem. Chamado também de crédito de risco os bancos quase que "fogem" de o conceder. Normalmente são pedidos por empresas em início de actividade e aplicados em projectos inovadores de rentabilidade e sucesso nem sempre garantidos.
É certo que são mais empresas e melhores empresas que ajudarão o país a sair da crise mas porque razão é que terá que ser o banco a suportar esse risco de investimento? Por razões patrióticas? Quando, por exemplo, a Galp baixar o gasóleo e a EDP baixar a electricidade para as empresas talvez acredite que a Caixa Geral de Depósitos (estatal, certo?) facilite o crédito ao investimento.
Convém não esquecer que os bancos nacionais são em larga maioria privados. Criados para gerar riqueza e não para ajudar o país, contribuem já de si com um grande número de postos de trabalho e têm inclusivé fundos de pensões próprios para os seu empregados apesar de estes contribuirem (também!) para a Segurança Social. Só para dar dois exemplos.
Pronto, já desabafei!
quarta-feira, junho 22, 2005
De regresso à Europa!
Olá meus caros!
Eis-me de volta ao Ocidente após ter tido a felicidade de ter estado uma semana em Macau.
Posso dizer-vos que foi uma experiência extraordinária pois a língua é completamente estranha (é verdadeiramente chinês para nós), os hábitos completamente diferentes, o clima danado de húmido - menos calor que cá mas uma autêntica sauna e até o cheiro dos restaurantes que perfumam a cidade são estranhos.
Com 25 Km2 Macau tem 350.000 habitantes sendo portugueses apenas 1.500 (quem diria?). Existem 24 Bancos dando uma média de quase um banco por Km2, sendo o principal o "Bank of China".
Aquela pequena parcela de terreno prepara-se para ultrapassar Las Vegas como a capital mundial do jogo! É impressionante o número de pessoas que a meio da semana jogam roleta, blackjack, slot-machines ou póquer num dos numerosos e luxuosos casinos existentes. Apesar do luxo e requinte podemos entrar de ténis e calças de ganga.
O comércio é uma autêntica roda viva e as lojas estão abertas pela noite dentro. Não reparei num único restaurante chinês como os "nossos" e até a comida é diferente. Pedem-se doses variadas que vão surgindo na mesa à medida que cada um petisca de cada uma delas (com os pauzinho, claro!). Desaconselho (flor de) Lótus: é horrível! Lá tive de fazer uma cara simpática. Para quem gosta de chá é o paraíso.
Macau e Portugal confundem-se pois estamos presentes em todo o lado: nos nomes das ruas, nos nomes das lojas, na calçada portuguesa, no BNU que emite a Pataca local e também nas matrículas dos carros (pretas com letras brancas) e nas cores dos táxis (pretos e verdes). Até num dos mais conceituados casinos da cidade - o casino/hotel Lisboa. A par do chinês, o português é também lingua oficial em Macau e, para além disso, preserva-se ao máximo a antiga presença portuguesa diferenciando assim Macau de outra qualquer cidade chinesa.
Algumas curiosidades: existem cerca de 2.500 caracteres chineses que são comuns e escritos em toda a China. Embora a lingua oficial seja o Mandarim existem cerca de 5.000 dialectos por todo o país. Por exemplo, em Macau fala-se o cantonês (da região de Cantão) e em Xangai fala-se o xangainês e ninguém fala Mandarim. Ainda que os vários dialectos sejam baseados nos mesmos caracteres, estes são falados de maneira diferente! Disseram-nos que a China é o país dos fax's pois como a escrita é comum...
Outra curiosidade que decidi pôr à parte porque, pelo menos para mim, é um orgulho: os macaenses consideram-se portugueses e preferem Portugal à China. Assim é que é!
Por fim Hong Kong. A uma hora de barco de Macau encontra-se um asfixiante fluxo de pessoas que circula por entre avenidas largas cheias de trânsito e delimitadas por arranha-céus. Existem tantas placas de publicidade que não se vê o fim de algumas ruas. As lojas de telemóveis têm vendedores(as) na rua que nos mostram os dois ou três últimos modelos existentes. "Leve 2 pague 1" cheguei a ver. De dia e à noite encontramos vários mercados de rua com roupa, relógios, brinquedos e comida onde os locais, para além do chinês (?), sabem dizer e percebem: "how much?", "price", "yes", "no" e pouco mais.
Desculpem o comprimento do texto mas foi o mais resumido que consegui.
E muito mais ficou por dizer, acreditem...
Eis-me de volta ao Ocidente após ter tido a felicidade de ter estado uma semana em Macau.
Posso dizer-vos que foi uma experiência extraordinária pois a língua é completamente estranha (é verdadeiramente chinês para nós), os hábitos completamente diferentes, o clima danado de húmido - menos calor que cá mas uma autêntica sauna e até o cheiro dos restaurantes que perfumam a cidade são estranhos.
Com 25 Km2 Macau tem 350.000 habitantes sendo portugueses apenas 1.500 (quem diria?). Existem 24 Bancos dando uma média de quase um banco por Km2, sendo o principal o "Bank of China".
Aquela pequena parcela de terreno prepara-se para ultrapassar Las Vegas como a capital mundial do jogo! É impressionante o número de pessoas que a meio da semana jogam roleta, blackjack, slot-machines ou póquer num dos numerosos e luxuosos casinos existentes. Apesar do luxo e requinte podemos entrar de ténis e calças de ganga.
O comércio é uma autêntica roda viva e as lojas estão abertas pela noite dentro. Não reparei num único restaurante chinês como os "nossos" e até a comida é diferente. Pedem-se doses variadas que vão surgindo na mesa à medida que cada um petisca de cada uma delas (com os pauzinho, claro!). Desaconselho (flor de) Lótus: é horrível! Lá tive de fazer uma cara simpática. Para quem gosta de chá é o paraíso.
Macau e Portugal confundem-se pois estamos presentes em todo o lado: nos nomes das ruas, nos nomes das lojas, na calçada portuguesa, no BNU que emite a Pataca local e também nas matrículas dos carros (pretas com letras brancas) e nas cores dos táxis (pretos e verdes). Até num dos mais conceituados casinos da cidade - o casino/hotel Lisboa. A par do chinês, o português é também lingua oficial em Macau e, para além disso, preserva-se ao máximo a antiga presença portuguesa diferenciando assim Macau de outra qualquer cidade chinesa.
Algumas curiosidades: existem cerca de 2.500 caracteres chineses que são comuns e escritos em toda a China. Embora a lingua oficial seja o Mandarim existem cerca de 5.000 dialectos por todo o país. Por exemplo, em Macau fala-se o cantonês (da região de Cantão) e em Xangai fala-se o xangainês e ninguém fala Mandarim. Ainda que os vários dialectos sejam baseados nos mesmos caracteres, estes são falados de maneira diferente! Disseram-nos que a China é o país dos fax's pois como a escrita é comum...
Outra curiosidade que decidi pôr à parte porque, pelo menos para mim, é um orgulho: os macaenses consideram-se portugueses e preferem Portugal à China. Assim é que é!
Por fim Hong Kong. A uma hora de barco de Macau encontra-se um asfixiante fluxo de pessoas que circula por entre avenidas largas cheias de trânsito e delimitadas por arranha-céus. Existem tantas placas de publicidade que não se vê o fim de algumas ruas. As lojas de telemóveis têm vendedores(as) na rua que nos mostram os dois ou três últimos modelos existentes. "Leve 2 pague 1" cheguei a ver. De dia e à noite encontramos vários mercados de rua com roupa, relógios, brinquedos e comida onde os locais, para além do chinês (?), sabem dizer e percebem: "how much?", "price", "yes", "no" e pouco mais.
Desculpem o comprimento do texto mas foi o mais resumido que consegui.
E muito mais ficou por dizer, acreditem...