terça-feira, maio 24, 2005

 

Os vários tipos de verdades...

“Em termos relativos” ou “em termos absolutos”, “em termos comparativos” e “em termos evolutivos” são várias das análises que se podem fazer face a um único facto. Em relação aos vários assuntos que influenciam a opinião pública somos constantemente bombardeados por essas várias análises que só servem propósitos meramente políticos e eleitoralistas.

Reparem no exemplo mais recente: o famoso défice das contas públicas. Observem as mesmas verdades e o mesmo facto, utilizados politicamente...

a) O défice previsto no orçamento de Estado para 2005 (elaborado em Setembro de 2004) era de 3%

b) O défice previsto para 2005 pelo Banco de Portugal (estudo de Maio 2005) é 6,83%.

O que ali não é dito é que ao longo destes meses estavam certos pressupostos que embora incluídos nas contas do orçamento (e que sempre lá estiveram!), foram entretanto retirados ficando assim alteradas as contas.

Alguns exemplos:

- a perda da receita prevista referente ao “negócio” da GALP que foi, em Dezembro, recusado pela União Europeia
- a perda de receita subjacente à inversão na política das SCUT’s após a mudança de governo
- a não equiparação das reformas do funcionários do Estado às dos trabalhadores indiferenciados após a mudança de governo (média do último vencimento contra média dos últimos 15 anos de vencimentos!!!)

Outro aspecto a reter é que os 6,83% previstos não se irão nunca concretizar a não ser que este governo cruze os braços e assista passivamente sem fazer nada. Assim começamos bem, podemos chegar ao final do ano e apresentar 4% ou mesmo 5% que o povão já fica contente.

Parem, ouçam, olhem para os dois lados e então formem as vossas opiniões. Desde há um tempo aprendi que o melhor e o mais sensato é saber e perceber os argumentos dos dois lados para chegar a um meio termo o mais aproximado possível da verdadeira verdade.

Pronto, já desabafei!


quinta-feira, maio 12, 2005

 

A revolução das maçãs

Tenho a impressão que desta vez vou escrever para um público de uma determinada faixa etária. Mas não pensem que é propositado. Longe de mim afastar alguns dos (provavelmente já poucos) leitores existentes. Ao longo do texto perceberão (ou não) do que falo.

Há uns anos atrás, em matéria de fruta, havia duas coisas bem distintas: o pêro e a maçã.

Para aqueles que se lembram, foi com a entrada na (antiga) CEE que algumas coisas começaram a mudar. E desde logo pela fruta. Sim! Essa problemática que assolava a vida de todos os portugueses e gerava na altura um descontentamento generalizado. Aliás, diria mais, era um verdadeiro sinal de terceiro mundismo.

A pouco e pouco o pêro foi sendo promovido a maçã. Aqui e ali a moda foi pegando. Cada vez mais bonitos e luzidios, os peros – desculpem – as maçãs ocupavam o seu lugar nas bancadas. Para diferenciar estas maçãs europeias das verdadeiras surgiram coisas como: a maçã Starking, a maçã Golden e mais recentemente descobri mesmo as maçãs Red e as Granny Smith – só podem ser o topo de gama, concerteza.

Resumindo: os peros são amarelos, verdes ou vermelhos e são algo adocicados e as maçãs são ligeiramente achatadas em cima e em baixo e são sempre esverdeadas.

Para aqueles que ainda torcem o nariz e não acham grandes diferenças sugiro comerem uma maçã (a verdadeira, a reineta) com casca e depois digam-me qualquer coisa.

Pronto, já desabafei!


 

Católico não praticante

Desta vez escrevo sobre um termo que nos últimos anos se tem vindo a ouvir com mais insistência: católico não praticante.E escrevo mais uma vez pois dúvidas e interrogações com a sua razão de ser assaltam-me e conseguem deixar-me confuso.

Ora senão vejamos a mais proeminente delas: o que é um católico não praticante? Parece fácil, não?

Analisemos então em detalhe o termo. “Católico” parece pacífico. Alguém que acredita em Deus e que segue o catolicismo como doutrina. Doutrina de vida baseada na crença de que Cristo é filho de Deus, na crença do Espírito Santo. Dar a outra face, ajudar o próximo, amar os nossos inimigos. Bíblia, Papa, Igreja, Apóstolos, etc, certo? De acordo? Ok.

Seguindo, aparece “não praticante”. Não praticante é alguém que não exerce, não age e não faz aquilo que em princípio era suposto fazer. E conjugados seria qualquer coisa como não praticar o catolicismo…

É aqui que a coisa se torna mais sui generis. Como é que se é alguma coisa sem o ser, sem agir em conformidade? Sou católico mas não pratico, ou seja, se me apetecer invocar o nome de Deus em vão ou fingir que não vejo a velhota carregada com as compras para não a ajudar posso fazê-lo pois de momento não estou a praticar eh eh eh Assim também brinco!

Há que ganhar o nosso lugar no céu, ter boa nota no julgamento final mas como se é não praticante também se pode fazer aí umas avariazitas. Eventualmente há aqueles que até seguem mais ou menos os ensinamentos da Bíblia mas levantar cedo ao Domingo para ir ouvir (?) o Sr. Padre na missa é que…pois. Será que também se enquadra no regime dos não praticantes?

Gosto disto.

Pronto, já desabafei!


This page is powered by Blogger. Isn't yours?